Aquecimento
Global
O Ciclo de Carbono e as Florestas
O Ciclo
do carbono consiste na transferência do carbono na natureza,
através das várias reservas naturais existentes
(solo e oceanos), sob a forma de dióxido de carbono.
Os processos envolvendo fotossíntese nas plantas e
árvores funcionam de forma contrária. Na presença
da luz, elas retiram o dióxido de carbono, usam o carbono
para crescer e retornam o oxigênio para atmosfera. Durante
a noite, na evapotranspiração, este processo
inverte, e a planta libera CO2 excedente do processo de fotossíntese.
O carbono emitido para a atmosfera não é destruído,
mas sim redistribuído entre diversos reservatórios
de carbono, ao contrário de outros gases causadores
do efeito estufa, que normalmente são destruídos
por ações químicas na atmosfera.
A escala de tempo de troca de reservas de carbono pode variar
de menos de um ano a décadas, ou até mesmo milênios.
A redução do desmatamento poderá contribuir
muito consideravelmente para a redução do ritmo
de aumento dos gases causadores do efeito estufa, possibilitando
outros benefícios, como a conservação
dos solos e da biodiversidade. Esta redução
do desmatamento deve estar associada a alternativas econômicas,
para garantir a qualidade de vida das populações
das regiões florestais.
Desde a convenção de Kyoto quando mais de 160
países discutiram as mudanças climáticas
no planeta, verificou-se que as preocupações
com o meio ambiente se tornaram econômicas. O valor
econômico da proteção ao meio ambiente
surgiu quando os países se comprometeram a cortar,
em média, 5,2% de emissões de dióxido
de carbono sobre os valores registrados em 1990, com prazo
até 2005.
Assim, para que fossem alcançados os parâmetros
globais de poluição, surgiu o conceito de que
os países poderiam negociar direitos de poluição
entre si. Um país com altos níveis de emissão
de gases na atmosfera poderia pagar a outro país que
estivesse com os níveis de poluição abaixo
do limite comprometido. A partir de então, além
da idéia global da comercialização dos
limites de poluição, muitas empresas começaram
a sondar tal mercancia.
O órgão ambiental americano – Environment
Protection Agency, nos EUA – emite direitos para a emissão
de volumes de poluição, títulos que simbolizam
os limites de poluição que determinada empresa
deve cumprir no ano. A cada ano, tais limites sofrem reduções.
Caso esta empresa obtenha sucesso na redução
anual, poluindo menos do que o limite estabelecido, ela terá
um saldo que poderá ser comercializado no mercado com
outras empresas que não conseguiram cumprir o limite
''materializado'' pelos títulos adquiridos.
Esta é a maneira mais econômica e eficaz para
a fiscalização e a diminuição
da poluição. Dentro deste contexto econômico,
o Brasil se encontra em uma posição extremamente
valorizada, já que possui um amplo espaço ambiental.
Desta forma, as empresas e os países altamente industrializados,
obrigados a frear o aquecimento do planeta, reduzindo a emissão
de gases, poderão participar de projetos de reflorestamento,
adoção de tecnologias limpas etc.
O Brasil tem no meio ambiente a sua maior riqueza. A preservação
ambiental pode ser a origem da entrada de fundos no país.
O Brasil receberia uma compensação pela sua
baixa emissão de gases, pela enorme capacidade ambiental
de absorção e regeneração atmosférica.
São vários os projetos já propostos no
Brasil. Vale lembrar que nenhum deles tem a “aprovação”
do governo brasileiro e poderão não ser elegíveis
para o MDL. Esses projetos estão gerando early credits,
que estão sendo negociados no grey market. Essa iniciativa
visa atender vários objetivos: demonstrar uma atitude
pró-ativa; servir como um exercício de learning-by-doing;
preparar o mercado que se formará; realizar especulação
de preços; fazer hedge parcial; e desenvolver novas
oportunidades de negócios e vantagens comparativas.
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Créditos
de Carbono são certificados que autorizam o “direito
de poluir”. O princípio é simples: as
agências de proteção ambiental reguladoras
emitem certificados autorizando emissões de toneladas
de dióxido de enxofre, monóxido de carbono e
outros gases poluentes. As empresas recebem bônus negociáveis
na proporção de suas responsabilidades. Cada
bônus, cotado em US$ equivale a uma tonelada de poluentes.
Quem não cumpre as metas de redução progressiva
estabelecidas por lei, tem que comprar certificados das empresas
mais bem sucedidas. Estes certificados podem ser comercializados
através das bolsas de valores e de mercadorias.
Existe uma forte demanda por países industrializados
e uma expectativa futura de que esse mercado venha a ser um
“grande negócio”, contudo, existe um risco
dos certificados de carbono serem transformados apenas numa
operação financeira para dar lucros aos seus
investidores e acabar não gerando nenhuma vantagem
para o meio ambiente. Isto é, se os instrumentos econômicos
forem uma promessa de capturar carbono no futuro. Os créditos
de carbono já estão sendo comercializados com
antecedência no mercado mesmo que ainda não haja
uma regulamentação de preços. Cada tonelada
de carbono vale de 3.00 a 5.00 US$ segundo o oficial do PNUD
(Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento),
Augusto Jucá. |