Melhoramento Genético
Florestal
O melhoramento
genético é uma ciência utilizada em
plantas e animais para a obtenção de indivíduos
ou populações com características desejáveis,
a partir do conhecimento do controle genético destas
características e de sua variabilidade. Foi iniciado
no Brasil em 1903, por Navarro de Andrade.
Em
sua forma mais comum, o melhoramento florestal se dá
através da seleção de indivíduos
superiores, identificados em plantações comerciais,
os quais podem ser vegetativamente multiplicados, ou restabelecidos
em um delineamento adequado para a comprovação
de sua superioridade genética, A comprovação
de que os indivíduos selecionados formarão
os futuros plantios comerciais ou produzirão sementes
para este fim pode ser realizada através da implantação
de testes de progênies ou de testes clonais.
Métodos:
Existem três
formas de multiplicação vegetativa:
O método
de propagação vegetativa por enraizamento
de estacas é chamado de Estaquia.
A união
de partes de indivíduos através de seus tecidos,
de modo que a união seja seguida de crescimento vegetativo
é chamado de Enxertia.
A cultura de tecidos
é chamada de Micropropagação.
Seleção
de Indivíduos (Árvores):
É
a escolha de indivíduos ou populações,
que apresentam caracteres desejáveis para o melhoramento,
todavia, a escolha do método depende da finalidade
da multiplicação e da fisiologia da espécie
com a qual se está trabalhando. Com relação
à seleção entre famílias e dentro
das famílias, observou-se o problema da existência
de indivíduos excepcionais, em famílias não
selecionadas, e de indivíduos selecionados com valor
inferior até mesmo ao pior indivíduo de outra
família. Portanto, a seleção será
baseada em medidas genéticas e não fenotípicas
(que sofrem ação do ambiente).
Teste de Superioridade
Genética
Testes
de Progênie avalia os pais pela comparação
do desempenho das suas descendências.
Testes
Clonais: dados sobre valores genotípicos; é
a avaliação de um indivíduo ou clone
através da comparação de clones.
A importância destes conceitos está no fato
de que pode haver grandes erros no resultado esperado, se
indivíduos selecionados para a reprodução
sexuada (pomar de sementes) forem utilizados para a clonagem,
ou vice-versa. A produção de sementes a partir
de pomares testados é uma ferramenta essencial, pois
inúmeras características, bem como, qualidade
da madeira, forma do fuste, já estão definidas
nos cromossomos.
Pomar de Sementes
Clonal Testado - P.S.C.T.
É
uma plantação de árvores com genótipo
selecionado através de um teste clonal, estabelecida
através da propagação vegetativa. Recebe
um manejo diferenciado para o florescimento e produção
abundante de sementes, através de tratos culturais
específicos. A dificuldade desta forma de produção
para algumas espécies é a enxertia. Nesse
processo as vantagens são que, os genótipos
das produtoras de semente são conhecidos, assim,
pode se iniciar o florescimento mais rapidamente em função
da idade fisiológica, além de a implantação
do pomar ser em um local mais conveniente, mais econômico
e mais produtivo.
As desvantagens são: restrições de
base genética e dificuldades na propagação.
Contudo a possibilidade de cruzamentos entre indivíduos
aparentados é mínima e os genótipos
superiores podem ser repetidos diversas vezes.
Desenvolvimento
de Pomares de Sementes
Produção
de Estacas
Com
a finalidade de promover o enraizamento, segmentos de folhas,
ramos, secções do caule ou raiz são
tratados para fazer as estacas (cuttings). A propagação
na forma de estacas apresenta a vantagem de obtenção
de maiores ganhos em pouco tempo. Neste caso trabalha-se
com a herdabilidade no sentido amplo, ou seja, sem cruzamentos.
Plantios comerciais estabelecidos a partir de estacas apresentam
maior homogeneidade, maior sobrevivência e maior produtividade.
Herdabilidade é a porção da variação
fenotípica observada que ocorre em função
dos efeitos genéticos.